Na quarta-feira, dia 4 de março, depois de 10 anos a cotação do dólar ultrapassou os R$ 3 — embora nesta data ele não tenha fechado o dia acima deste valor. O fato é preocupante, pois retrata a instabilidade econômica e política do nosso país, afetando diretamente o preço de produtos e serviços, já que muitas das
coisas que consumimos são importadas ou possuem matérias-primas trazidas de outros países. Apesar disso, como sempre, os brasileiros não perderam a oportunidade de brincar com a situação, que virou motivo de piadas e memes na internet. Mas deixando de lado a zoeira e retomando o viés “sério” do caso, resolvemos pesquisar quanto custaria importar alguns dos eletrônicos mais procurados pelos consumidores tupiniquins “lá fora” após as constantes altas da moeda norte-americana nos últimos meses. Algumas observações Antes de apresentarmos os resultados encontrados, é bom esclarecermos alguns quesitos. O primeiro deles é que esta matéria não tem o objetivo de ser um estudo econômico ou estatístico, sendo baseada em cálculos simplificados. Nossa ideia com este artigo é simplesmente mostrar o novo panorama de importação que você encontrará se quiser comprar algo que não é vendido no Brasil ou que você ache por menores preços nos EUA, por exemplo. Primeiramente, escolhemos alguns dos produtos eletrônicos mais cobiçados atualmente, incluindo smartphones, tablets, video games, jogos, câmeras, caixas de som e componentes de hardware para computadores. Assim, nossa tabela é constituída de equipamentos como iPhone 6, Nexus 9, Surface Pro 3, PlayStation 4, Xbox One, placa de vídeo GeForce GTX 980, GoPro Hero4 Black Edition, entre outros. Para a realização dos cálculos dos custos de importação, usamos a cotação do dólar comercial do dia 5 de março às 16h, no horário de Brasília, que era de R$ 3,014. É válido ainda citar o valor do Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) para operações no exterior por meio do cartão de crédito: 6,38%. Escolhemos essa modalidade de aquisição por ser a mais utilizada pelas pessoas na hora de comprar fora do país usando a internet. Além disso, quando a mercadoria importada entra no Brasil, ela pode ser taxada pela Receita Federal, que efetua as aplicações dos impostos por amostragem. Essa cobrança é de 60% sobre o valor declarado do produto. Alertamos ainda para o fato de que existem possíveis acréscimos a esses custos, mas, por serem variáveis, seria inviável adicioná-los ao levantamento simplificado que realizamos. Entre esses valores adicionais estão impostos estaduais dos EUA, ou seja, compras efetuadas em lojas norte-americanas localizadas em cidades diferentes podem apresentar taxações distintas. Por exemplo, enquanto em Orlando a cobrança sobre o valor do produto é de 6,5%, na cidade de Los Angeles essa taxação é de 9%. Existem também impostos estaduais brasileiros que podem incidir sobre produtos importados, como o ICMS, que varia de estado para estado. Ainda, dependo do método de envio e da negociação efetuada, você pode ter a obrigação de pagar o frete, o qual pode variar bastante entre cada empresa que oferece esse tipo de serviço entre os países. Por fim, é importante explicitar que levamos em conta preços no Brasil e nos EUA encontrados em lojas de e-commerce conhecidas e respeitadas ou vendedores bem qualificados em plataformas renomadas do gênero. Para tanto, usamos sites como Zoom, BuscaPé, Mercado Livre, Amazon e BestBuy.